quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O segundo filho

Ser mãe nunca foi um sonho ou projeto na minha vida.
Eu tinha planos de estudar e trabalhar. E foi o que batalhei para acontecer.
Casar também não era meta de vida. Porém a solidão e o desejo de uma companhia bateu mais forte e fomos ficando.
Como todo casal, enfrentamos bastante pressão familiar  e social para ter o primeiro filho. Conseguimos driblar e nos omitir por felizes oito anos até que... não resistimos e cedemos.
Gestação e parto lindos e maravilhosos porém nascia uma mãe que nunca quis ser mãe. Caos instalado.
Hoje, passados sete anos, posso garantir que já me acostumei à idéia e tenho dado conta do recado. Como todas, tentando.
Vínculo é um laço que se constrói com muito esforço. Não, não vem de brinde.
Esse assunto todo me revisitou porquê há umas três semanas é o assunto de todo dia no encontro diário na entrada da escola do pequeno, onde pausamos para um cafezinho.
Eu tive uma facilidade enorme pra engravidar, uma gestação de quarenta semanas muito tranquila e um parto cesárea muito tranquilo. Mas a realidade e regra não é essa. Conversando com outras mães me deparo com mulheres com dificuldade para engravidar, dificuldade para levar a gestação até o fim, dificuldade no parto, dificuldade pós parto... enfim, dificuldades.  E com tudo isso, essas guerreiras decidem ser mãe novamente. Sim, por escolha própria. Por vontade própria. Por desejo.
Na semana passada, um casal conhecido antecipou o nascimento dos seus gêmeos que nasceram e logo depois vieram a falecer. O menino e depois a menina. Triste. Fico triste. Muito triste pelos pais, tios, avós, família e amigos que juntos desejam tanto quanto a vinda dessas crianças.
Uma das mães, minhas amiga, perdeu o primeiro filho na gestação. O segundo antes de um ano de vida. A terceira está aí. Sou apaixonada pela menina.
Sou apaixonada por crianças.
Tudo isso tem feito uma reviravolta emocional dentro de mim.

PS: hoje mais uma mãe me contou que o resultado deu positivo. Mais um a caminho. Ela vinha tentando  há tempos.  E tem outra na tentativa de tempos. Firme e forte no seu desejo.

PS2: não queria chegar a lugar algum. apenas dividir um pouco essa euforia maternal coletiva.

PS3: e dizer que posso estar sendo altamente influenciada rs.

PS4: fico muito feliz pelas pessoas que desejam muito algo e conseguem. me sinto no lugar delas. mesmo nunca tendo passado por isso, imagino o valor afetivo que isso tem para cada uma.

PS5: apesar do meu desejo maternal, conceber outro filho agora seria adiar todos os outros planos. Não posso. Um momento de bobeira e me comprometo. Casa nova, vida nova e eu querendo balançar tudo de novo.

Um comentário:

  1. Primeiro post que leio seu (eu acho). Vim seco esperando putaria e me deparo com um post igualmente delicioso, porém cheio de ar familiar. Frustração? Não. Parabéns pelo post.

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