sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Fazer amor com as palavras é poesia.
Vou fazer amor com a poesia com a minha língua no seu corpo.
Tenho fome de você dentro de mim.

Te dedico: Hilda Hilst (Amor do começo ao fim... do livro Exercícios)



Deu-me o amor este dom:

O de dizer em poesia.

Poeta e amante é o que sou

E só quem ama é que sabe

Dizer além da verdade

E da vida à fantasia.




E não dá vida o amor?

E não empresta beleza

Àquele que ser quer bem?

Que não vos cause surpresa

O perceber neste amor

Fidelidade e nobreza




E se eu soubesse que à morte

Meu muito amar conduzia,

Maior nobreza de amante

Afirmar-vos inda assim

Que ele tal e qual seria

Como tem sido até agora:




Amor do começo ao fim.


segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Somos a fome que cultivamos.

Fênix



Sou uma Fênix que renasce pela boca dos homens.

Sou uma Fênix que renasce pelos lábios e desejo do desejado.

Sou uma Fênix que renasce em cada orgasmo.

Nasço e morro no desejo.

E renasço.
É preciso se desconstruir para se reconstruir.
Nem tudo no mundo é sobre sexo. Mas certamente tudo é sobre desejo e pulsão.

Gosto



Gosto do modo como me tranformas.

Gosto de como me libertas.

Gosto da forma como me rasgas.

Gosto de quem eu sou quando me desejas.

Gosto de quem tu és quando te desejo.

Gosto do desejo que nos habita e nos transforma (transtorna).

Gosto da loucura que nos alimenta.

Gosto de ser quem sou e de quem tu és quando o desejo nos domina.


Gosto da fome que somos.